ATA DA OCTOGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 07-10-2004.

 

 


Aos sete dias do mês de outubro de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal e Raul Carrion. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Professor Garcia, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Sexagésima Oitava, Sexagésima Nona, Septuagésima, Septuagésima Primeira e Septuagésima Segunda Sessões Ordinárias e da Quadragésima Sétima e Quadragésima Oitava Sessões Solenes, que foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, os Pedidos de Providências nos 1934 e 1941/04 (Processos nos 4833 e 4857/04, respectivamente); pela Vereadora Clênia Maranhão, o Pedido de Providências nº 1933/04 (Processo nº 4832/04); pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Pedido de Providências nº 1888/04 (Processo nº 4756/04) e os Projetos de Lei do Legislativo nos 180 e 181/04 (Processos nos 4073 e 4100/04, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 272731, 257752, 257950, 270802, 272376 e 272718/04, do Senhor Arionaldo Bonfim Rosendo, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do vigésimo aniversário da Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre – AJE-POA, nos termos do Requerimento nº 135/04 (Processo nº 4321/04), de autoria do Vereador Beto Moesch. Compuseram a Mesa: a Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Senhora Adriana Ferreira Silva, Presidenta da Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre – AJE-POA; o Senhor Rogério de Moraes Bohn, Presidente da Federação das Associações de Jovens Empresários do Rio Grande do Sul – FAJERS; o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário deste Legislativo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Beto Moesch, como proponente desta solenidade, discorreu sobre o trabalho realizado pela Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre, em especial na promoção de eventos que objetivem maior qualificação e competitividade à micro e pequena empresa nacional. Sobre o assunto, ressaltou a influência do setor empresarial no processo de crescimento econômico, social e cultural do Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador João Carlos Nedel salientou a importância do reconhecimento, por este Legislativo, da atuação de entidades que viabilizam estímulo à geração de empregos e renda e conseqüente circulação de riquezas no Município. Também, saudou a Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre, declarando que essa entidade constitui-se em espaço para troca de idéias e realização de ações conjuntas por jovens que acreditam em conceitos como trabalho, progresso e bem comum. O Vereador Elói Guimarães analisou o papel exercido pelo empresariado brasileiro ao longo da história econômica do País, em especial no que se refere à criação de empregos e à garantia da dignidade humana e bem estar do trabalhador. Também, destacou a relevância desta homenagem, quando o Legislativo Municipal reconhece a presença ativa da juventude empresarial como motivadora do desenvolvimento econômico de Porto Alegre. O Vereador Reginaldo Pujol comentou as dificuldades vivenciadas pelo empresário brasileiro, afirmando que, para a filosofia liberal defendida por Sua Excelência, esse setor merece o constante reconhecimento e aplauso de toda a sociedade. Finalizando, cumprimentou a entidade hoje homenageada, citando o trabalho, a produção e a livre empresa como únicos instrumentos capazes de construir efetivamente uma sociedade caracterizada pela eficácia, justiça e progresso. A Vereadora Helena Bonumá mencionou os elevados índices de desigualdade social hoje observados em nível nacional, avaliando a influência da economia na formação histórica do País. Nesse sentido, propugnou por uma real participação de todos os segmentos da sociedade na luta para que sejam fortalecidas as condições de democracia e soberania no Brasil, com a alteração dos quadros históricos referentes à miséria e exclusão social de parte da população. Em continuidade, a Senhora Presidenta concedeu a palavra à Senhora Adriana Ferreira Silva, que, em nome Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre, agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo, relativamente ao vigésimo aniversário dessa entidade. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 045/04, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Guilherme Barbosa e Reginaldo Pujol, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 014/04, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Guilherme Barbosa, os Projetos de Lei do Legislativo nos 197 e 189/04, este discutido pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Projeto de Resolução nº 110/04. Na ocasião, a Senhora Presidenta registrou a presença do Deputado Eduardo Neves Moreira, Presidente do Grupo Parlamentar Amizade Portugal-Brasil, da Assembléia da República Portuguesa, e dos Senhores Júlio César Cerchiaro da Fonseca e Fernando Diniz, dirigentes da Casa de Portugal, convidando Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra ao Deputado Eduardo Neves Moreira, que discorreu sobre o sistema político hoje vigente em Portugal, analisando dados relativos à atuação da Assembléia da República Portuguesa, órgão de legislação parlamentar e fiscalização da atividade governamental. Ainda, ressaltou a ligação histórica observada entre Portugal e Brasil, destacando o crescimento verificado no número de brasileiros que ingressam nesse País em busca de novas oportunidades culturais e profissionais. Em continuidade, o Senhor Eduardo Neves Moreira procedeu à entrega da Medalha Comemorativa da Constituinte Portuguesa ao Vereador Elói Guimarães, na ocasião presidindo os trabalhos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, cumprimentou a presença neste Legislativo do Deputado português Eduardo Neves Moreira e dos Senhores Júlio César Cerchiaro da Fonseca e Fernando Diniz, pronunciando-se a respeito da importância histórica das relações de amizade entre Brasil e Portugal e enfocando a representatividade, em Porto Alegre, da Casa de Portugal, no fortalecimento das tradições daquele país. O Vereador Reginaldo Pujol, grifando a alegria da Câmara Municipal de Porto Alegre em receber, pela segunda vez, a visita do Deputado Eduardo Neves Moreira, lembrou as origens da colonização de Porto Alegre, fundado por casais portugueses, imigrantes da Ilha dos Açores. Também, apontou a ascendência portuguesa de vários parlamentares desta Casa e mencionou a Casa de Portugal como um lugar de integração entre porto-alegrenses e a comunidade lusitana do Município. O Vereador Professor Garcia saudou a presença dos representantes portugueses na tarde de hoje neste Legislativo, referindo-se à proposição de Sua Excelência em homenagear os setenta anos da Casa de Portugal, no Grande Expediente do dia vinte e três de setembro do corrente. Ainda, teceu considerações sobre a significância do intercâmbio instituído pelo Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Brasil, de iniciativa da Assembléia da República Portuguesa. O Vereador Raul Carrion, discursando sobre os laços de irmandade que unem Brasil e Portugal, destacou o trabalho realizado pelo Deputado Eduardo Neves Moreira, como representante, em Lisboa, dos imigrantes portugueses que residem fora da Europa e discorreu sobre a mobilização da Câmara Municipal de Porto Alegre em prol da permanência do Consulado de Portugal na Cidade e dos diversos apoios recebidos naquela ocasião. O Vereador Cláudio Sebenelo externou sua honra em se manifestar na homenagem prestada hoje por esta Casa, dissertando acerca da influência dos portugueses na formação do povo brasileiro e relatando o orgulho de Sua Excelência em ser descendente direto dos casais açorianos que povoaram Porto Alegre. Sobre o assunto, mencionou aspectos da cultura lusitana verificados no Município, como exemplos da importância história da presença de Portugal em nossa Cidade. Na ocasião, a Senhora Presidenta registrou a presença da Deputada Estadual Jussara Cony, do Partido Comunista do Brasil. Às quinze horas e cinqüenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinqüenta e sete minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza agradeceu os eleitores que votaram em Sua Excelência nas recentes eleições para Vereador e comemorou o crescimento da Bancada do PMDB neste Legislativo, destacando a importância do trabalho dos colaboradores durante a campanha. Nesse sentido, afirmou que exercer a vereança em Porto Alegre é motivo de orgulho e questionou o sistema político brasileiro, no que tange à duração dos mandatos parlamentares. O Vereador Cassiá Carpes felicitou os candidatos eleitos vereadores para a próxima Legislatura e considerou esta campanha pela eleição para o Legislativo Municipal uma das mais difíceis, agradecendo os votos destinados a Sua Excelência. Também, discorreu acerca da necessidade de mudanças no enfoque dado pela imprensa às atividades da Câmara Municipal e defendeu a modernização do Regimento desta Casa para melhor atender às necessidades da população. Na oportunidade, por solicitação dos Vereadores Cláudio Sebenelo e Margarete Moraes, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma, respectivamente, à Senhora Carmen Conti Palma e ao Senhor Sérgio da Costa Cruz, ex-funcionário deste Legislativo, falecido no dia cinco de outubro do corrente. Às dezesseis horas e vinte e um minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRª PRESIDENTE (Margarete Moraes): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje este período é destinado a assinalar o transcurso do 20º aniversário da Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre, AJE/POA, nos termos do Requerimento nº 135/04, de autoria do Ver. Beto Moesch.

Com muito orgulho, convido a Srª Adriana Ferreira Silva, Presidente da Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre, e o Sr. Rogério de Moraes Bohn, Presidente da Federação das Associações de Jovens Empresários do Rio Grande do Sul, para comporem a Mesa dos trabalhos. Sejam bem-vindos nesta Casa.

O Ver. Beto Moesch, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Exma Srª Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Margarete Moraes; Srª Adriana Ferreira Silva, Presidente da Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre, a AJE/POA; Sr. Rogério de Moraes Bohn, Presidente da Federação das Associações de Jovens Empresários do Rio Grande do Sul. Gostaria também de citar a presença dos ex-Presidentes da AJE/POA: Sr. Rafael Míssio, que também é Vice-Presidente da FAJERS, Federação de Jovens Empresários; do Sr. José Antônio Verdi; do Sr. Caio de Santi, atual Vice-Presidente da AJE/POA, e da Srª Carol Strussmann, jornalista que apresenta todos os sábados de manhã, às 7h30min, na rádio Bandeirantes, o programa da Associação de Jovens Empresários; demais associados, como eu, da AJE/POA; Vereadoras, Vereadores, senhores da imprensa, nós estamos comemorando os 20 anos da Associação de Jovens Empresários. O grande desafio deste País está justamente nesta palavra: “empreender”. Não basta ser empresário, tem de ser empreendedor; não basta ser político, tem de ser um político empreendedor. É um grande desafio neste País, que possui uma altíssima carga tributária, neste País em que o Poder Público quase não estimula ou incentiva a livre iniciativa, constituir a Associação de Jovens Empresários do Rio Grande do Sul, a primeira no Brasil, que se tornou de fundamental importância nesse contexto dos últimos vinte anos. Vereadora-Presidenta, Margarete Moraes, este é mais um orgulho para esta Cidade: sediar a primeira Associação de Jovens Empresários do País.

Hoje, Rogério Bohn - e aprendi contigo -, há várias associações de jovens empresários pelo País. E tu, que presides a Federação, tens conseguido levar o recado do Rio Grande do Sul para o Brasil, mostrando que aqui, sim, é o berço do empreendedorismo, até pela história deste Estado, da descendência dos seus imigrantes, os quais vieram aqui empreender, vieram aqui constituir as primeiras indústrias, os primeiros comércios que frutificaram no Brasil. E a Associação de Jovens Empresários, sabedora do desafio de empreender, constitui-se hoje numa Associação que mostra, para os seus associados, as empresas vencedoras, os empresários vencedores, paradigmas de sucesso. É uma Associação que promove vários debates, congressos, seminários, que faz parte da União Empresarial, que assumiu o Sebrae na última gestão, exigindo e mostrando para o Brasil um Sebrae dinâmico, parceiro, principalmente das micro e pequenas empresas.

Portanto, a Associação de Jovens Empresários nos seus vinte anos já alcançou, sim, a maturidade. É uma Associação de jovens, mas uma Associação madura que, por madura que é, sabe escolher suas parcerias. Busca a parceria da Câmara Municipal, Verª Margarete Moraes, e por isso, mais uma vez, está aqui. Também busca a parceria da Assembléia Legislativa, do Congresso Nacional, do Poder Executivo em nível Federal, Estadual e Municipal. Procura não só mostrar, mas fazer com que o Poder Público adote políticas reais de promoção da livre iniciativa, de apoio à micro e pequena empresa, do apoio ao profissional liberal que está iniciando o seu trabalho como consultor, como prestador de serviço. A Associação de Jovens Empresários, juntamente com a Federação, tem trazido diversos eventos, diversas autoridades do Brasil e do Exterior para Porto Alegre, qualificando a nossa Cidade.

A Associação de Jovens Empresários, a AJE/POA, através dos seus associados e das suas parcerias, Ver. João Bosco Vaz, está completando vinte anos. Cabe à cidade de Porto Alegre neste ato parabenizar e, acima de tudo, agradecer a esta Entidade por tudo que fez e continuará fazendo à Cidade - para a produção sustentável da cidade de Porto Alegre - e ao Estado do Rio Grande do Sul. Parabéns e o nosso muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a manifestação do Ver. Beto Moesch.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Srª Adriana Ferreira Silva, Presidente da Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre; Sr. Rogério de Moraes Bohn, Presidente da Federação das Associações de Jovens Empresários do Rio Grande do Sul, inicialmente quero saudar o Ver. Beto Moesch pela grande oportunidade que nos dá de cumprimentar a Associação dos Jovens Empresários pela passagem dos seus 20 anos.

Pois o Ver. Beto Moesch e eu fomos homenageados, há pouco, na Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa, e lá eu falava da importância de estimular o desenvolvimento voltado para a geração de emprego, voltado para a satisfação da sociedade, para a dignidade das pessoas, princípio da doutrina social cristã.

Quem gera emprego? Onde é o nascedouro dos empregos? Realmente, o nascedouro é nas empresas, através dos empreendedores. E, quando a gente vê jovens empreendedores pensando no futuro, pensando na geração de empregos, devemos agradecer e ficar satisfeitos. Nós, Vereadores, que representamos a totalidade dos porto-alegrenses, temos imensa responsabilidade na geração de emprego e renda. O Ver. João Antonio Dib pediu que eu falasse também em seu nome, e também falo em nome do Ver. Pedro Américo Leal, que nos honra com a sua presença. Aliás, a Bancada do Partido Progressista está 100% presente. E nós, da Bancada do Partido Progressista, temos imensa responsabilidade de estimular a geração de novos empregos, de estimular a formação de novas empresas, de fomentar o empreendedorismo. O futuro do trabalho passa pelas pessoas que empreendem, que colocam todo o seu futuro no empreendimento, que irão gerar emprego, renda, oportunidade, circulação de riquezas. Então, quando nós vemos uma Entidade, que já tem Federação, que está estabelecida em todo o Brasil, em quase todo o Rio Grande, que visa a reunir jovens empresários, trocar idéias, fortalecer a sua qualificação, ter operações conjuntas, visando o bem comum, de jovens que se dedicam a empreender, nós, Vereadores de Porto Alegre, ficamos muito satisfeitos, porque constatamos que há ressonância, e, realmente, volta a nossa esperança na confiança do nosso País, porque vemos jovens querendo progredir, querendo se desenvolver, querendo se fortalecer e querendo garantir o futuro de muita gente.

Parabéns aos dirigentes, parabéns aos associados que aqui estão presentes, inclusive o Presidente do Sindicato dos Contadores de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, o Presidente da nossa Associação, dos Dirigentes Cristãos de Empresa, o Antônio Pires. E é com muita honra, Srª Presidenta, que a Bancada do Partido Progressista se une ao seu Líder, Ver. Beto Moesch, para prestar esta homenagem merecida e que irá estimular novos empreendimentos, fortalecer a nossa economia e a geração de empregos que Porto Alegre tanto precisa. Parabéns! (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Cassiá Carpes.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Margarete Moraes; Srs. Vereadores e Srªs Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Também falo aqui pela Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, composta pelo Ver. Cassiá Carpes, Ver. Elias Vidal e pela Verª Maria Luiza. Comemora a Casa o 20º aniversário da fundação da Associação dos Jovens Empresários de Porto Alegre. Aqui já se destacou a importância do evento, e o Rio Grande do Sul se fez pioneiro exatamente em segmentar, na área empresarial, a figura do jovem empreendedor, do jovem empresário.

Sou de uma corrente política e ideológica que tem no capital e no trabalho a possibilidade de uma convivência no campo da produção. O Partido Trabalhista Brasileiro não exclui o capital, ele entende que o capital é fundamental ao desenvolvimento socioeconômico da sociedade; faz prevalecer o trabalho, mas vê exatamente nesta relação, jovens empresários, o instrumento necessário e que deu certo no mundo, que é a harmonia, a ideologia que reúne esses dois fatores, capital e trabalho, buscando exatamente o desenvolvimento social, o desenvolvimento econômico e, em última análise, o desenvolvimento do ser humano.

Tivemos, ao longo do tempo, visões equivocadas sobre o papel importante que desempenha um empresário no processo de desenvolvimento econômico, mas a história fez demonstrar que as nações que se desenvolveram tiveram exatamente estes dois pilares bem assentados: o capital e o trabalho; todas as tentativas que se basearam em outras formas não chegaram a bom fim, essa é a lição que nos passa a história.

Portanto, Srª Presidenta, senhores empresários jovens, este momento é importante para a Casa, que comemora os 20 anos desta Associação. Queremos, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro e da Cidade - porque quem agradece é a Cidade -, dizer da importância da comemoração da efeméride, da importância, sim, do empresário jovem nesta configuração para o desenvolvimento de todos os fatores que, em última análise, levam ao bem-estar, porque todos nós, quer empresário, quer empregado, quer trabalhador, existimos, atuamos para exatamente buscar o bem-estar. Essa é a nossa visão, esse é o nosso entendimento quando aqui se homenageiam os 20 anos da Associação de Empresários Jovens do Rio Grande do Sul. Portanto, levem a nossa saudação, a convicção e a certeza de que esse é o caminho correto para vencermos as imensas e imensas dificuldades que a sociedade brasileira enfrenta. A todos vocês, portanto, o nosso agradecimento e o agradecimento do Partido Trabalhista Brasileiro. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Cláudio Sebenelo.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É uma feliz coincidência esta homenagem ao AJE/POA ser proposta pelo Ver. Beto Moesch, um jovem Parlamentar que acaba de ter nas urnas o reconhecimento do belo trabalho que fez aqui nesta Casa. Esta coincidência não é mero acaso. Aliás, eu não acredito nos acasos, as coisas se constituem normalmente.

Eu tenho tido a satisfação de conviver em vários momentos com o Ver. Beto Moesch em atividades promovidas pela Associação, minha cara Adriana, que preside no momento a Entidade, em todas essas oportunidades, por paradoxal que pareça, eu tenho me sentido muito à vontade com os jovens empresários, porque não é a minha idade mais avançada que faz com que eu tenha alguma diferenciação com esse tipo de jovem, Ver. Guilherme Barbosa. O jovem empresário, o jovem empreendedor, nada mais é do que um velho lutador ao longo do tempo, dado que todos aqueles que aqui neste País têm tido a ousadia de empreender, têm tido a ousadia de empresariar, tenham a idade que tiverem, são vítimas das mesmas dificuldades, apresentam as mesmas necessidades e têm que exercitar as mesmas superações. O que é agradável, para nós, calejados na luta, é vermos que uma Entidade que reúne jovens empresários possa festejar 20 anos, o que nos indica com clareza que os seus fundadores, hoje, já estão também calejados na luta e que essa luta continua cada vez mais intensa, especialmente quando nós sabemos que o momento presente, que não é só contextual neste País, coloca todos aqueles que empreendem, todos aqueles que empresam, meu caro Dr. Antônio Pires, enfrentando dificuldades quase que intransponíveis diante da voracidade fiscal, diante da crise econômica internacional, enfim, diante de todo aquele processo que dificulta a realização das atividades daqueles que produzem.

E eu tenho dito nesta Casa - e até o presente momento, minha cara Adriana, sou o único liberal assumido - que nenhum liberal é capaz de silenciar diante de uma homenagem aos empreendedores, porque esta é a nossa única verdade dogmática: os que empreendem, os que produzem, os que organizam a produção, os que assumem o risco são verdadeiros heróis e heroínas que precisam ser devidamente respeitados, aplaudidos e reconhecidos. E, quando eu vejo, Ver. Beto Moesch - e eu lhe agradeço por ter-me propiciado esta oportunidade -, que os jovens empresários estão tão presentes na luta, como seus antecedentes, quem sabe até com mais ardor, eu fico muito feliz. Em tudo aquilo que eu acreditei na vida, há gente que continua acreditando. Ainda há gente responsável neste País, que assume esses riscos, que enfrenta essas dificuldades com desconsolo e, sobretudo, com audácia, buscando a superação.

Eu quero, Adriana, que tu leves aos teus companheiros, aos que te acompanham no dia de hoje, àqueles que te antecederam, àqueles que formam esse conjunto de lutadores e lutadoras, que tu bem diriges, a todos eles o meu reconhecimento, o meu carinho e a minha convicção de que vale a pena continuar batalhando em favor da produção, da organização do trabalho, da realização de atividades com o fim claro e objetivo de dar utilidade social às nossas ações e às nossas atividades.

Eu estou, Ver. João Antonio Dib, mais que nunca, convencido de que não é por outro lado, senão pela livre empresa, que haveremos de encontrar uma sociedade mais justa, mais equânime, com maiores oportunidades e, sobretudo, com mais eficácia na realização dos seus objetivos. Um beijo e as minhas homenagens. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Helena Bonumá está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Pestana.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Srª Presidenta e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, eu ocupo esta tribuna para trazer a nossa saudação ao aniversário de 20 anos da Associação dos Jovens Empresários. Ouvindo os discursos aqui pronunciados nesta tribuna, em um dia de homenagem, uma justa homenagem, de iniciativa do Ver. Beto Moesch, suscitam-nos algumas questões que são importantes em uma reflexão. Eu sempre digo aqui nesta tribuna que aniversário é o momento em que fazemos um balanço da vida, seja a vida individual de cada um de nós, seja a vida de uma instituição ou de uma organização que representa uma classe, um segmento da nossa sociedade. E, sem sombra de dúvida, o segmento empresarial é importante, pois é um segmento que congrega setores organizados da economia, que, no caso, congrega os jovens empresários.

Infelizmente, Ver. Beto Moesch, nós vivemos num País classificado, em nível internacional, como um País de Terceiro Mundo, num País cujo desenvolvimento econômico já se deu sem soberania ao longo da nossa história. E, com certeza, esse ponto crucial da formação econômica e social do Brasil refletiu ao longo da história sobre todos os segmentos da sociedade; também sobre o segmento econômico.

Então, nós podemos afirmar que nós, aqui no Brasil, nunca tivemos, de uma forma mais concreta, coerente, articulada, entre Estado e sociedade, um projeto de Nação, em que cada segmento pudesse se reconhecer, entender o seu papel e trabalhar em prol de um bem comum, do benefício da nossa Nação, o crescimento do País como um País, um crescimento dos seus diferentes setores e, principalmente, daquilo que é o objeto da nossa ação pública, que é a sociedade em geral. E nós nos distinguimos, em pleno início do século XXI, no cenário internacional, como um dos Países de maior desigualdade social do mundo. Isso não orgulha ninguém, isso não nos credencia a nada, isso preocupa a todos.

Com certeza - e até me referindo a alguns pronunciamentos feitos aqui -, existe um cenário internacional no mundo, existe uma história, e nós nos inserimos nessa história como País, como Nação, e a ação de cada um, de cada segmento, do segmento econômico dos empresários, também se insere nesse contexto. Nós sabemos o que a doutrina liberal causou ao mundo. E nós sabemos da importante ação do Estado, ao longo da história, em todos os países do mundo - inclusive nos países de Primeiro Mundo, do capitalismo central -, em prol do desenvolvimento econômico, seja na área da infra-estrutura, seja sustentando alguns segmentos, alavancando alguns segmentos da economia, seja cumprindo o papel que, ao longo da história, o Estado cumpriu no Brasil - e nós sabemos disso muito bem. Mas ele cumpriu esse papel não em prol de um programa, de um contexto de desenvolvimento da Nação, mas, sim, atrelando-nos historicamente a interesses maiores, interesses internacionais a que somos submetidos, seja do ponto de vista econômico-social e, inclusive, político, assim como aconteceu em várias ocasiões da nossa história.

Então, o que eu quero dizer com isso? Eu quero dizer que, quando a gente está aqui homenageando um segmento econômico da nossa sociedade, nós temos de visualizar que sobre todos - Câmara de Vereadores, que tem a função legislativa e a de fiscalização, Executivo, sociedade, segmento econômico-empresarial - recai essa trágica história de desigualdade social do nosso País, que tira de todos a possibilidade de desenvolvimento. Se hoje temos um governo popular no Brasil, que, de uma forma muito corajosa, procura enfrentar essas questões, nós sabemos que esse é um projeto de longo prazo. E sabemos que esse também é um projeto que convoca todos a cumprirem o seu papel em prol do pleno desenvolvimento da sociedade brasileira. Acho que este é o objetivo último de todas as atividades que nós realizamos, seja pública ou seja privada: que nós tenhamos, de fato, um desenvolvimento, que esse desenvolvimento seja compatível e promotor da justiça social, porque nós sabemos que todos ganharemos com isso, e, com certeza, os jovens empresários, que estão iniciando sua atividade, têm muito a contribuir nesse processo, numa idéia de Nação mais democrática, democrática do ponto de vista econômico, que incorpore, efetivamente, segmentos diversos da economia e da sociedade no seu desenvolvimento que até agora têm tido dificuldades, têm ficado à margem, e que, de fato, possamos festejar os nossos aniversários porque estaremos construindo uma Nação democrática que interessa, que beneficia, que incorpora e inclui, de uma forma generosa, todos nós. Feliz aniversário! Longa vida à Associação de Jovens Empresários e um abraço, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores. (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a manifestação da Verª Helena Bonumá.

A Srª Adriana Ferreira Silva, Presidente da Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre, está com a palavra.

 

A SRA. ADRIANA FERREIRA SILVA: Srª Presidenta e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Boa-tarde! Há seis anos, conheci um grupo que partilhava dos mesmos anseios empreendedores que eu, batalhava pelas mesmas idéias que eu tinha. Há seis anos, conheci a AJE/Porto Alegre. Minha identificação com os seus ideais foi imediata. Desde então, passei a contribuir com as gestões que se empenhavam para representar e defender os interesses dos jovens empresários. Mas ser jovem empresário, atualmente, é uma tarefa árdua, aliás ser empresário neste País é estar disposto a ultrapassar o limite do risco saudável que impulsiona o crescimento.

A única explicação para sermos empreendedores é a paixão, a motivação, a alma, ou como queiram chamar esse diferencial que é a ousadia. Sei que passamos por um momento delicado em nosso País, que aparentemente nos pode paralisar, engessar, desaconselhando a ousadia, mas tenho a convicção de que é justamente em momentos de crise que a audácia se torna não apenas necessária, mas fundamental para a superação. Quem acredita no futuro, quem é arrojado, é inquieto, deve, então, juntar-se à AJE/POA.

Para transformar essa aventura de ser empresário em benefício para a sociedade, precisamos de uma estrutura tributária que visualize as micro e pequenas empresas de modo diferenciado, considerando que estas são as principais geradoras de emprego em nossa atualidade. Por isso estamos engajados junto ao Sebrae, a entidades empresariais e a políticos amigos já sensibilizados com a nossa causa, para articular mudanças nessa visão generalista que prejudica a economia em seu todo.

Existe muito a fazer, e nós nos comprometemos com essa busca em defesa dos interesses dos jovens empresários. Uma das grandes características da AJE/POA é a de unir empreendedores jovens, o que, sem dúvida, confere força e pluralidade à Entidade. É justamente por acreditar nesse poder da união e da troca de experiências que buscamos também parcerias com outras entidades empresariais, reforçando laços institucionais, criando redes de relacionamento e viabilizando canais para formação e aprimoramento desses associados. Com essa postura, propiciamos para a sociedade e para a Associação uma atitude de grupo e de líderes capazes não apenas de serem bem sucedidos nas atividades que se propõem a executar, mas também de assumirem uma ação cidadã capaz de transformar a realidade. Nossa meta é desenvolver cada vez mais redes de contato capazes de viabilizar, sustentar e fortalecer a livre-iniciativa peculiar ao meio empresarial. Todos esses objetivos vêm sendo atingidos, gestão após gestão, ao longo desses 20 anos.

A Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre é hoje uma entidade forte e representativa graças aos seus líderes, que, durante todo esse tempo, se empenharam naquilo que julgam ser primordial: empresa livre, Nação forte. Hoje essa paixão se espalhou pelo País e contagia um total de 39 Municípios, que foram conquistados graças ao nosso Presidente. Mas que fique bem claro: foi aqui no Rio Grande que a semente foi plantada, foi aqui em Porto Alegre que tudo começou. Esses ideais mantêm-se vivos e serão peças de destaque na Semana do Jovem Empresário, a realizar-se nos dias 22, 23, 24, 25 e 26 de novembro, evento que marcará o aniversário desta Associação - que tanto amo -, através de rodadas de negócio, 10º Fórum de Sucesso, reuniões festivas e amostra histórica das ações do movimento jovem empresarial em Porto Alegre. O nosso muito obrigado à Presidente, Verª Margarete Moraes; em especial agradecemos ao nosso Vereador e “ajeano” Beto Moesch e aos demais presentes. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Mais uma vez desejo cumprimentar o Ver. Beto Moesch pela iniciativa desta ação na Câmara de Vereadores. Parabenizo a Srª Adriana Ferreira Silva e agradeço a todos os jovens empresários que nos honram com sua presença neste momento na Câmara Municipal. Encerro este momento do período de Comunicações. Parabéns e muito obrigado.

O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Wilton Araújo está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 4751/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 045/04, que aprova projeto urbanístico para área da Rua Voluntários da Pátria abrangida pelo Programa Integrado Entrada da Cidade.

 

PROC. N.º 4576/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 014/04, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que modifica a Lei Complementar n.º 434, de 1º de dezembro de 1999, e alterações posteriores (PDDUA), com as inclusões de novo § 4º no art. 92, renumerando os demais, mantendo o regime urbanístico da UEU para novas edificações até que seja instituído o regime urbanístico específico para AIC, e de parágrafo único no art. 161, fixando prazo até 31 de dezembro de 2004, para que os projetos e as regulamentações não executadas nos prazos definidos neste artigo sejam completados.

 

PROC. N.º 4681/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 197/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Hermes de Souza um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. N.º 4716/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 110/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que denomina Plenário Ana Terra o Plenarinho da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 4238/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 189/04, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Margarete Moraes, que dispõe sobre a reserva de vagas para pessoas portadoras de deficiência (PPDs) na contratação do serviço terceirizado pelo Executivo Municipal, bem como para estágios oferecidos pelos órgãos públicos do Município.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srªs Vereadoras, Srs. Vereadores, se me fosse perguntado por um dos novos Vereadores que assumirão a próxima Legislatura no dia 1º de janeiro qual a principal missão do Legislador, eu não teria dúvida nenhuma em afirmar que é o poder/dever de fiscalizar o cumprimento da lei e a execução orçamentária.

Consta na primeira página do nosso espelho, hoje, que 32 milhões, 777 mil e 510 reais estão entrando para o SUS, mas vão aparecer 18 ou 20 milhões de reais no balancete mensal da Prefeitura. Essa é uma coisa a ser fiscalizada. E o Prefeito também apresenta um Projeto de Lei, colocando-se acima de toda a legislação, em que aprova projeto urbanístico para área da Rua Voluntários da Pátria, abrangida pelo Programa Integrado Entrada da Cidade, na antiga Vila dos Papeleiros. Eu acho que o Prefeito esqueceu que existe Secretaria de Planejamento, Conselho do Plano Diretor, projetos a serem completados, informados. E eu já havia dito que esta Casa não pode votar favoravelmente este Projeto, meu caro Ver. Pestana, ex-Diretor Geral do DEMHAB, que me olha um tanto quanto espantado. Mas, como eu dizia, o importante é o cumprimento da lei. Eu já assisti a embates e debates neste plenário que até me deixaram preocupado.

Eu estou apresentando um Projeto de Lei modificando a Lei do Plano Diretor, mais especificamente no art. 92, colocando um novo parágrafo 4º, para que a lei seja cumprida. Esse parágrafo diz textualmente (Lê.): “O Estudo de Viabilidade Urbanística, referido no parágrafo anterior, quando se tratar de nova edificação, deve se referenciar ao regime urbanístico da UEU” - Unidade de Estudos - “de sua localização, até que seja instituído por lei o regime urbanístico especifico, que objetiva preservar aspectos culturais previamente identificados.”

O Prefeito não é o dono da lei; ninguém é o dono da lei; nós somos os responsáveis pelo cumprimento da lei. É isso que tem de ser feito e que não está acontecendo. O Prefeito, acima da lei, fez um Decreto e, antes do Decreto, pautou os atos já aprovados pela Secretaria de Obras e Viação, fazendo com que perdesse valor e efeito aquilo que havia sido aprovado e licenciado. Não se faz assim! Não é assim que se administra, não é assim que se dirige!

Também estou colocando um parágrafo único no art. 161 da Lei do Plano Diretor. Este artigo estabelece os vários prazos a serem cumpridos: “I - 180 (cento e oitenta) dias para regulamentação do disposto nos §§ 2º e 3º do art. 32; II - 180 (cento e oitenta) dias para definição dos limites das Áreas e Lugares de Interesse Cultural...” - e ele não fez isso -, e por aí vai. Então, eu estou colocando um parágrafo único (Lê.): “Os projetos e regulamentações não executados nos prazos definidos nos incisos I a VII deste artigo devem ser completados até 31 de dezembro de 2004.” Evidentemente, eu também estou preocupado com a Comissão de Avaliação do Plano Diretor, com os seus novos oito auxiliares urbanistas, eminentes por certo; então, eu mesmo resolvi fazer uma Emenda: em vez de fixar o dia 31 de dezembro de 2004 - talvez eu não tenha tempo de aprovar este Projeto nesta Casa -, eu estou sugerindo que seja até 90 dias após a sanção da lei.

O mais importante não é a lei, o mais importante é o respeito à lei e o cumprimento da lei, a qual deve ser clara, precisa, concisa e respeitada. A Administração prefeitoral tem-se sobreposto à lei, e nós não podemos aceitar nem admitir que isso continue ocorrendo enquanto nós ficamos de braços cruzados! Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Elói Guimarães; colegas Vereadores, Vereadoras e demais pessoas que nos acompanham, já na Sessão de ontem, o Ver. Dib e eu debatemos, acho que em alto nível, esses dois Projetos agora trazidos de novo à tribuna pelo Ver. João Dib. De fato, são dois temas importantes. O primeiro deles se refere a uma solução para a antiga Vila dos Papeleiros, que foi atingida por um sinistro, um grande incêndio que praticamente acabou com a Vila, o que ensejou, pressionou o Executivo a tomar medidas mais rápidas do que aquelas que estavam previstas nesse grande Programa chamado Programa Integrado Entrada da Cidade - o PIEC -, que, como eu disse ontem, prevê a construção de três mil moradias populares, alargamento e abertura de vias, melhorias de praças e melhoria do Parque Mascarenhas de Moraes.

Ora, dentro de uma situação de emergência, tem-se que trabalhar de uma forma mais rápida e imediata, e o Prefeito de forma nenhuma se coloca acima da lei, porque está encaminhando a lei para o Legislativo da Cidade, para que a Casa do Povo de Porto Alegre examine e vote esse Projeto. Agora, o Executivo também fica premido, pressionado, pelas pessoas que precisam ter uma moradia decente, e, portanto, está trabalhando nessas duas vertentes, sim, acatando a vontade dos representantes do povo - aqui está o Projeto em tramitação - e, ao mesmo tempo, tomando iniciativas para solucionar, o mais rápido possível, o problema de moradia daquelas pessoas.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Por outro lado - já lhe darei aparte, Ver. João Dib -, o outro Projeto sobre o qual gostaria de me pronunciar é aquele que trata das áreas de interesse cultural. Ontem também já referi que há situações em que o próprio Poder Judiciário - portanto, de novo, nós estamos de acordo com a lei e sabemos que o Judiciário do Rio Grande do Sul merece o respeito e a consideração de todos - tem dado apoio a essa postura da Prefeitura. Quando não há uma lei, é preciso ter um instrumento, porque, em algumas situações, a conseqüência de não existir lei pode ser irrecuperável, e é o caso, exatamente, do patrimônio cultural da Cidade, pois regiões inteiras da Cidade podem vir abaixo, através das suas construções, que merecem ser preservadas. E nós sabemos que isso já tem acontecido em alguns locais.

Ver. Dib, houve um caso, na região do bairro Moinhos de Vento, em que este Vereador, ex-Secretário de Obras, por intermédio da sua Secretaria, havia dado autorização para um empresário fazer a demolição de determinada construção, e o que aconteceu? O Ministério Público foi para a Justiça e obrigou este ex-Secretário a anular aquela autorização de demolição, e exatamente o empresário foi para a Justiça e não ganhou - eu achava que ele iria ganhar ou iria haver uma disputa -, em cima exatamente da postura que a Prefeitura está tendo. Há um estudo, é conhecido o estudo, as áreas já são determinadas, e, se não houvesse o cuidado do Executivo, essas áreas todas viriam abaixo para que depois grandes edificações fossem levantadas.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Guilherme Barbosa, eu falo sobre duas coisas: primeiro, é justo e humano que os papeleiros que tiveram as suas habitações ou subabitações queimadas encontrem solução, e, com 1,5 milhão de reais, nós podemos encontrar soluções muito melhores do que utilizar áreas nobres para fazer reciclagem de lixo; segundo, lei é lei e tem de ser respeitada, e é preciso que isso ocorra. Na Lei do Plano Diretor consta que, em 180 dias, o Prefeito deveria ter encaminhado o Projeto definindo quais as áreas de interesse cultural e ambiental, mas não o fez, então ele tem de cumprir a Lei. Não fez, apenas isso.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Ver. Dib, é certo que não cumpriu no prazo, mas o Executivo não se eximiu, porque ele contratou uma faculdade de Arquitetura respeitada na nossa Cidade, fez convênio, encaminhou um estudo. É que nós, Vereadores, quando demos um prazo de 180 dias, na verdade, esse era um prazo absolutamente inexeqüível, mas o Executivo tomou a iniciativa, há um estudo muito sério, embora possa haver reparos, evidente, mas é um estudo sério e está embasando essas posições do Executivo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, logo que me formei, fui trabalhar num sanatório de tuberculose. Até hoje me pergunto por quê. Nesse sanatório, os diagnósticos eram feitos através do exame do escarro das pessoas e, principalmente, por meio do raio X. E se faziam radiografias pequenas, Ver. Elói Guimarães, que se chamavam abreugrafias, porque elas foram inventadas por Manuel Abreu, um grande médico brasileiro. E essas abreugrafias habilitavam as pessoas a trabalharem ou não, mostrando se havia ou não lesão pulmonar. E a grande desgraça era que as pessoas que tinham seqüelas de antigas doenças não podiam trabalhar. Por quê? Porque havia uma fila imensa para o trabalho de pessoas sem seqüelas.

Então, agora, eu vejo o excelente Projeto do Ver. Raul Carrion e da Verª Margarete Moraes regulamentando a reserva de vagas para pessoas portadoras de deficiências na contratação do serviço terceirizado pelo Executivo Municipal, bem como para estágios oferecidos pelos órgãos públicos do Município. E era sobre isso que eu queria falar.

Cometeram-se, dessa forma aqui descrita, inúmeras injustiças, Verª Maria Luiza, eliminando do mercado de trabalho pessoas que tinham até aptidão, mas que, por exames negativos, por exames positivos, não trabalhavam; sentiam-se perfeitamente bem, estavam bem de saúde. Ora, agora isso ocorre com os nossos portadores de deficiência. Primeiro, quem de nós não têm deficiências? As nossas deficiências podem ser pequenas ou grandes, mas quem sofre a discriminação no mercado de trabalho é, indiscutivelmente, o deficiente físico.

E essa é nossa luta; nós, que estamos pedindo, agora, para ser votada a Semana da Acessibilidade de Porto Alegre, da transformação desta Cidade, que se opõe aos deficientes físicos, em uma Cidade muito mais acessível a essas pessoas. E esse é o nosso trabalho, essa é a nossa grande busca, além das questões voltadas à admissão no trabalho, que essa admissão seja percentualmente garantida aos portadores de deficiência física. Porque cada um deles, da sua forma e no prodígio da natureza, fez com que com a deficiência física desenvolvesse outros sentidos; a perda de um dos cinco sentidos desenvolve os outros quatro. A perda da mobilidade é compensada pela presença de próteses, de outras maneiras de locomoção, mesmo que não seja do nosso próprio corpo. São perfeitamente compatíveis com o trabalho, e essas pessoas não podem ser eliminadas do mercado de trabalho em face da discriminação ou da presença de pessoas que não têm deficiência física e que competem com pessoas deficientes. É uma competição desigual fazendo com que, com isso, nós tenhamos a necessidade de fazer leis assegurando, inclusive, um percentual adequado.

E aí eu cumprimento a Verª Margarete Moraes e o Ver. Raul Carrion com relação a esse tipo de Projeto, que traz, no processo de terceirização da Prefeitura Municipal, a obrigatoriedade de que pessoas portadoras de deficiência também tenham acesso às vagas no mercado de trabalho. E isso faz com que nós nos tornemos uma sociedade muito mais solidária, muito mais próxima, muito mais acessível, muito mais dinâmica e, principalmente, muito mais aperfeiçoada nas suas relações sociais, em que o desaparecimento do preconceito e a igualdade de condições na competição formam a dignidade de um povo, de uma população, de uma cidade, de um Estado e de um país.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença muito importante do Deputado Eduardo Moreira, Deputado de Portugal. Quero convidá-lo a vir à Mesa e dela participar. Registro também a presença de um ex-Presidente da Casa de Portugal, Sr. Júlio, bem como também do Fernando Diniz, dirigentes que são da Casa de Portugal. Quero dizer ao prezadíssimo Deputado Eduardo Moreira que é uma honra para nós, para a Câmara Municipal de Porto Alegre, receber a presença de V. Exª.

O Deputado Eduardo Neves Moreira é Presidente do Grupo Parlamentar Amizade Portugal-Brasil, Assembléia da República, Palácio de São Bento, Lisboa, em Portugal. Estamos muito honrados com a sua presença.

Gostaríamos, antes de qualquer manifestação dos Srs. Vereadores, de conceder a palavra ao Deputado Eduardo Moreira.

 

O SR. EDUARDO NEVES MOREIRA: Exmo Sr. Presidente, Srs. Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre, minhas senhoras, meus senhores, é com muita honra que hoje me encontro nesta Câmara Municipal, com os representantes do povo desta bela cidade de Porto Alegre, uma cidade de tão belas tradições portuguesas, é uma honra poder-me dirigir a todos nesta oportunidade.

Como poderão perceber pelo meu sotaque, sou Deputado na Assembléia da República Portuguesa, sou cidadão português, nasci na cidade do Porto, mas sou imigrante português no Brasil há 50 anos. Eu tive a honra, durante essa minha longa permanência em território brasileiro, de ser funcionário do Governo Federal; durante 21 anos trabalhei na Secretaria da Receita Federal. Quis o destino que, depois de me aposentar no serviço público do Governo Federal brasileiro, eu tivesse a honra de ser convidado a participar do processo eleitoral português para representar a imigração portuguesa de fora da Europa. Houve, por parte dos meus irmãos de imigração, um apoio refletido nas urnas, por isso há dois anos tenho o prazer de ser Deputado na República Portuguesa.

Nesse meu trabalho, eu fui recebido com toda a simpatia por todos os grupos parlamentares, por todos os Partidos portugueses, inclusive sou o único Deputado no Parlamento Português que fala com sotaque brasileiro, sou considerado como Deputado brasileiro, conhecido como tal. E, dentro desse princípio, eu acabei sendo eleito, pelos meus Pares, Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Brasil. Esse Grupo Parlamentar é um Grupo constituído por Deputados dos principais Partidos que têm assento na Assembléia da República Portuguesa. Como sabem, a Assembléia da República Portuguesa é o órgão Parlamentar do Estado Português; o sistema parlamentar português é unicameral, nós lá não temos Senado, então o Deputado da Assembléia da República tem essa dupla função, é como se fosse, aqui no Brasil, Deputado Federal e Senador. Então, essa minha função eu procuro desempenhar da melhor forma possível, pois os meus atos são refletidos não só como defensor da imigração, mas também como defensor dos imigrantes brasileiros, visto que nós temos atualmente uma situação sui generis em Portugal: enquanto o Brasil, durante séculos, foi o País que recebeu, sempre de braços abertos, os imigrantes portugueses, nos últimos anos essa tendência se inverteu, e hoje nós temos 110 mil brasileiros imigrantes em Portugal. É uma situação nova, rica, que ajuda as nossas culturas, o nosso relacionamento cultural, histórico, sentimental e lingüístico - que são importantes, fundamentais e verificados a cada instante da nossa vida - a serem enriquecidos agora com a presença desse grande contingente de imigrantes brasileiros em Portugal. E eu sou muito procurado, também, pelos imigrantes brasileiros em Portugal, eles vêm-me trazer as suas dificuldades, os seus problemas, e nós procuramos ajudar na medida do possível.

Neste momento, encontro-me aqui em Porto Alegre com uma função acrescida, porque vim exatamente estabelecer um relacionamento, um contato com a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, com vistas à formação de um Grupo Parlamentar de Amizade entre o Legislativo do Estado do Rio Grande do Sul e o Parlamento Português. Já existe um Grupo Parlamentar de Amizade entre Brasil e Portugal, criado na Câmara dos Deputados, em Brasília. Já foi formado, também, um Grupo na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, mas é nosso objetivo, exatamente para aprofundar e aperfeiçoar esse nosso relacionamento, constituir Grupos Parlamentares de Amizade com as outras Assembléias Legislativas estaduais. E o Estado do Rio Grande do Sul, pela sua condição de ser um dos Estados em que a presença da cultura, das tradições portuguesas é mais marcante, não poderia estar afastado desse objetivo. Recebi, por parte do Sr. Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, todo o apoio, e creio que, já em janeiro próximo, estaremos festejando a criação desse Grupo Parlamentar de Amizade.

Também vim aqui para participar, hoje, da reinstalação da Câmara Portuguesa de Comércio do Estado do Rio Grande do Sul, e, hoje à noite, haverá um jantar de relançamento das suas atividades. Jantar esse que vai contar com a presença do Secretário do Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. Carlos Gonçalves. Amanhã irei para Pelotas onde participarei de um Seminário ligado à cultura portuguesa no Brasil. Ainda em Pelotas, no sábado e domingo, participarei da 17ª Reunião das Comunidades Portuguesas do Conesul, que reúne exatamente as comunidades portuguesas do Sul do Brasil, de várias cidades deste belo Estado, como também as comunidades portuguesas do Uruguai e da Argentina. Então, a minha presença em terras gaúchas, neste momento, é uma presença com várias funções, com vários propósitos. O fato de ser recebido nesta Câmara Municipal me honra muito, porque Porto Alegre, antiga Porto dos Casais, é uma Cidade eminentemente de origem portuguesa, e todos nós, lusófonos, preservamos e amamos muito.

Muito obrigado pela oportunidade de poder me dirigir a esta bela assembléia. Queria também aproveitar a oportunidade para fazer a entrega de uma Medalha Comemorativa da Constituinte de Portugal à Câmara Municipal de Porto Alegre. Vou fazer a entrega ao Presidente da Mesa, para que fique registrada, na memória dos Parlamentares desta Câmara, esta homenagem do Parlamento português. Muito obrigado. (Palmas.)

Neste momento, faço a entrega da Medalha Comemorativa da Constituinte Portuguesa ao Ver. Elói Guimarães, que preside esta Sessão. Não poderia entregar a uma pessoa mais certa do que o Ver. Elói Guimarães, o qual tem como sobrenome o mesmo nome da cidade-berço da nacionalidade portuguesa, que é a bela cidade de Guimarães.

(Não revisto pelo orador.)

 

(Procede-se à entrega da Medalha Comemorativa da Constituinte Portuguesa.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos agradecer, em nome dos 33 Vereadores da Casa, a presente Medalha. Dada a importância da presença do eminente Deputado Eduardo Moreira, oferecemos a palavra às Lideranças.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srªs Vereadoras e Srs. Vereadores; Júlio e Fernando Diniz, que estão aqui representando a nossa querida Casa de Portugal; o nosso convidado especial Deputado Eduardo Moreira, Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal/Brasil, isso é uma recuperação importantíssima, porque resgata o lado bom de uma história, faz-se uma parceria excepcional com esta importante entidade de Portugal. Aqui, mais do que isso, o que muito nos dignifica é a supremacia representada no Parlamento português, o que muito nos honra, e muito mais por presidir esta relação de excelência do Parlamento português com o brasileiro. Fica um abraço da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Logo mais, à noite, estaremos juntos na confraternização por essa relação que honra este Parlamento. Todos sabem do carinho todo especial que temos por essa comunidade; seja bem-vindo. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho a grande alegria de saudar o retorno a esta Casa do Deputado Eduardo Moreira, que preside o Grupo Parlamentar de Amizade Portugal/Brasil. Eu disse “retorno”, Ver. Nereu D'Avila, e não cometo nenhum excesso na expressão, já que é a segunda vez que esta Casa tem a alegria de acolher tão honrosa visita; pessoalmente, tive o privilégio, Verª Maristela Maffei, na outra oportunidade em que o Dr. Eduardo nos visitou, de recebê-lo no gabinete da Presidência, visto que, naquela ocasião, eu era o Vice-Presidente da Casa. Tenho grata recordação daquela oportunidade, até porque toda vez que o Dr. Eduardo visita a nossa Casa, Ver. Professor Garcia, ele faz com que a nossa alegria fique aumentada, pois sempre se faz acompanhar do insigne representante da colônia lusitana, pelo qual nós todos temos muito carinho e muito apreço.

O retorno do Deputado, Verª Margarete Moraes - que acaba de reassumir a Presidência dos trabalhos -, a este Legislativo, no momento em que a aproximação dos Parlamentares brasileiros com os Parlamentares portugueses se intensifica, Ver. Pedro Américo Leal, não só nos dá essa alegria já referida, como também assinala a importância desta visita, porque, certamente, estreitará mais ainda os laços que já há mais tempo vinculam Porto Alegre dos 40 casais de açorianos com a pátria-mãe, com a terra portucalense.

Por isso, Dr. Eduardo, eu quero, em nome do PFL e em meu nome pessoal, dizer da nossa satisfação, do nosso regozijo, da nossa alegria em tê-lo presente conosco no dia de hoje. V. Exª está sendo recebido por pessoas que bem representam o caráter plural desta Casa.

Há pouco presidia os trabalhos o Ver. Elói Guimarães, decano desta Casa Legislativa, de ascendência portuguesa, e, agora, V. Exª é recebido pela Verª Margarete Moraes, Presidenta desta Casa, também de ascendência lusitana, o que, obviamente, enfatiza, Ver. Nereu, o quanto é importante para nós brasileiros, especialmente para gaúchos e porto-alegrenses, a presença dessas raízes com a terra de Camões, com a terra de Fernando Pessoa, enfim, a terra dos nossos ancestrais, com a qual a sociedade porto-alegrense mantém profundas raízes.

O senhor, que se faz acompanhar pelos dirigentes da Casa de Portugal, onde com freqüência nós temos oportunidade de fazer grandes interações, saiba que aqui foi feito este decreto: V. Exª não vai mais ser considerado visita, V. Exª é um homem da nossa Casa, tamanha a sua simpatia, tamanho é o seu desejo de promover esta interação. Como prova disso, fica esse decreto informal. E eu pedi licença ao Ver. Pedro Américo Leal para editar esse decreto, e o faço à revelia da Presidência e da Mesa Diretora, mas sei que com a plena concordância de todos os Vereadores desta Casa, especialmente da Verª Maristela Maffei, hoje responsável pela sua visita. Doravante, o senhor não precisa mais ser recebido como visita, o senhor é da Casa e assim deve se sentir. Obrigado pela visita e volte sempre, agora não mais como um visitante, mas como um integrante da nossa Casa. Meus cumprimentos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu quero cumprimentar o Ver. Reginaldo Pujol por suas palavras.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezada Presidenta Margarete Moraes, prezado Ver. Elói Guimarães, prezado Deputado Eduardo Moreira, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quero fazer uma saudação aos representantes da Casa de Portugal, o Júlio e o Diniz, e dizer da alegria em recebê-los nesta tarde, propondo essa questão do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil/Portugal. Ouvindo a sua fala, Deputado Eduardo, realmente percebo que o senhor é daquelas pessoas que é brasileiro e português por simetria. E tenho certeza também que por vontade própria.

No mês passado, tivemos a oportunidade de propor uma solenidade aos 70 anos da Casa de Portugal. E colocávamos que não vemos distinção entre português e brasileiro, porque todos têm a mesma gênese e, tendo a mesma gênese, são iguais. Porto Alegre, sim, tem essa característica, Porto Alegre, a Terra de Açores. E, quando V. Exª propõe esse intercâmbio maior, isso vem facilitar e muito para que, cada vez mais, possamos lembrar as nossas raízes.

Portanto, Deputado Eduardo Moreira, em nome do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, queremos parabenizá-lo e desejar que o senhor possa retornar tantas vezes quanto sentir vontade à nossa Casa, porque esta, realmente, é a sua Casa. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exma Verª Margarete Moraes, Presidenta desta Casa; em primeiro lugar, eu quero falar da satisfação em receber, mais uma vez, nesta Casa, o Deputado Eduardo Moreira, representante, em Lisboa, dos emigrantes portugueses que residem fora da Europa. O Deputado Eduardo Moreira está radicado no Rio Janeiro, é aposentado pela Receita Federal, portanto é também um homem da nossa terra, uma vez que Portugal e o Brasil são uma grande unidade multinacional. Eu queria também saudar o Sr. Júlio Fonseca, Vice-Presidente da Casa de Portugal, em nome de quem saudamos as outras representações da Casa de Portugal que estão aqui presentes.

Nós tivemos a alegria - acho que no ano retrasado - de aprovar, nesta Casa, a iniciativa de uma Moção solicitando a permanência do Consulado de Portugal em Porto Alegre, já que havia a ameaça de sua retirada. Não só esta Casa tomou, por unanimidade, essa decisão, como tivemos inúmeras movimentações, correspondências. Eu comentava com o Júlio que a gente esteve em Brasília, onde tivemos a oportunidade de contatar eventuais vindas de Deputados portugueses que lá conhecemos - eu não recordo, agora, os nomes - e temos a notícia de que essa batalha é vitoriosa, que o Consulado Português, em Porto Alegre, Ver. Leal, que também aprovou aquela Moção, continuará atuando aqui, atendendo milhares de portugueses radicados no nosso Estado e outros tantos descendentes de portugueses, assim como eu, que tenho o sobrenome Machado - sou Carrion e sou Machado; Carrion é espanhol e Machado é português. O meu pai era lá de Dom Pedrito, um dos primeiros povoadores deste Estado na Região Sul.

Então, para nós é uma satisfação tê-lo novamente aqui, reforçando esses laços históricos, esses laços de irmandade, de um povo de um país tão pequeno, se comparado ao nosso Brasil, um país numericamente sem tanto peso e que foi capaz não só de povoar o nosso Brasil e outros países do Terceiro Mundo, como também garantiu a unidade nacional deste País, mostrando a pujança, a capacidade e a força da sua cultura também. Nenhum país hoje é capaz de manter a sua unidade, como o Brasil manteve até os dias de hoje, sem uma cultura que realmente consiga - e talvez a capacidade do português também – se mesclar com outros povos, com outras etnias, como fez também no nosso Brasil.

Parabéns. E estaremos, assim como a Verª Maristela, hoje à noite na Casa de Portugal, por ocasião da apresentação da Câmara de Comércio Portuguesa aqui em Porto Alegre. Não poderemos ficar durante todo o evento, por uma série de outros compromissos assumidos, mas estaremos certamente lá para cumprimentá-lo, uma vez mais, e para compartir mais um momento de integração entre os nossos povos, entre as nossas Nações. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Tenho a honra de me manifestar, Srª Presidente e Srs. Vereadores, em nome da minha Bancada e em nome da Bancada do PDT, Ver. Nereu D’Avila, em relação a esta visita tão prazerosa para nós, do Deputado Eduardo Neves Moreira. Ao mesmo tempo, eu queria saudar o Dr. Júlio Fonseca, como nosso adido cultural aqui na Casa de Portugal, e dizer da felicidade que nós, brasileiros, temos de usufruir de uma mestiçagem fantástica. E nessa mestiçagem contribuíram os índios, autóctones, verdadeiros donos desta imensidão chamada Brasil; os negros, que hoje enriquecem essa mistura; os europeus do Norte, do Ocidente, especialmente da Península Ibérica. E aí esta Cidade foi agraciada com a presença dos primeiros 40 casais de açorianos - do Arquipélago dos Açores, que há muito pouco tempo tinha um Governador cujo sobrenome era Coelho de Souza, e eu sou Coelho de Souza, descendente direto dos casais açorianos, por isso a minha euforia em ostentar para o mundo inteiro e dizer para todos que os meus tetravós vieram da Ilha dos Açores -, que aqui plasmaram uma cultura, Dr. Eduardo. Eu quero, quando o senhor sair deste prédio e viajar por esta Av. Loureiro da Silva - que foi um inesquecível Prefeito de Porto Alegre -, que o senhor olhe para a direita para ver um dos espetáculos mais lindos da Cidade, que é uma obra arquitetônica de Carlos Tenius, em ferro; mais do que ferro, em ferrugem. Ferrugem formada nos cascos dos navios, nas naus que enfrentaram a distância fantástica de Portugal para o Brasil - hoje nós fazemos apenas em dez horas de avião - em meses de viagem; nesses meses todos, os cascos dos seus navios enferrujavam. E esse casco enferrujado está aqui representando, aquela quilha do barco feita de homens; uma quilha de barco que olha para o céu, que olha para cima, que puxa para frente, como a nossa ânsia de progresso, a nossa ânsia de expansão, de uma sociedade que abriu os seus portos, o seu comércio e, por fim, no mercantilismo, as suas indústrias para um novo mundo, que hoje é uma realidade deste planeta lindo e fantástico que é a Terra.

E o senhor, como Deputado português, pode-se honrar, pode-se orgulhar de ter vindo da terra de Fernando Pessoa, da terra de Camões - os nossos predecessores nas artes -, da terra de fantástica beleza, de um Portugal que tem um rio como o rio Guaíba: o rio Tejo. E ali, às margens do Tejo, há hoje toda uma região ornamentada, toda gramada, toda urbanizada, ajardinada, nós olhamos para a direita e vemos o rio chegando ao mar, e dali saindo as três naus que chegaram aqui e que descobriram esta terra que hoje lhe homenageia, não só a sua pessoa, mas o senhor como representante de um povo maravilhoso, magnífico. Pelas comunicações instantâneas de hoje e pela tecnologia, nós podemos assistir aos canais portugueses, vendo, a toda hora, a todo o dia, essa riquíssima cultura, maravilhosa, de um país deslumbrante, de uma linda Capital, onde, lá no Mosteiro dos Jerónimos, está enterrado Pedro Álvares Cabral, aquele que pisou aqui pela primeira vez e que, para a nossa felicidade, era um português. E também para a nossa felicidade, um dia, há 250 anos, o Rei de Portugal mandou para cá 40 casais e fez esta Cidade, que, como os açorianos, também cultiva a Nau Catarineta e cultiva muito o Terno de Reis. Nós temos o Terno de Reis aqui na Cidade, Zona Sul de Porto Alegre, como uma herança fantástica, cultural, que não vai apagar-se nunca, como não vai apagar-se nunca a nossa amizade. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Quero agradecer as palavras do Ver. Cláudio Sebenelo e, com muito carinho, citar a presença, entre nós, dessa guerreira, Deputada Jussara Cony, sempre Vereadora, que nos honra sempre que aqui comparece. Muito obrigada, Jussara. Seja bem-vinda.

Neste momento, eu quero agradecer a presença do Sr. Eduardo Neves Moreira, presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Brasil, e também do nosso querido Vice-Presidente, Ver. Elói Guimarães, que o recebeu.

Quero fazer uma citação ao Sr. Júlio Fonseca, presidente da Casa de Portugal, dizendo que é uma função, eu acredito, um dever dos Poderes Públicos, em todas as suas formas, promover a integração, a paz, o conhecimento mútuo entre os povos. Como muito bem foi dito aqui pelo Ver. Cláudio Sebenelo, nós, em Porto Alegre, temos uma identidade miscigenada, mas, sem nenhuma dúvida, a essência da nossa origem é portuguesa. Na Cidade, há o Monumento aos Açorianos, do nosso escultor Carlos Tenius, prestando uma homenagem sincera e afetuosa aos portugueses.

Portanto, agradeço a presença e digo que esta Câmara de Vereadores sempre os receberá com o coração aberto, a Casa coloca-se, enquanto instituição, à disposição dos nossos amigos portugueses. Muito obrigada.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h55min)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes às - 15h57min): Estão reabertos os trabalhos. Vamos dar continuidade ao período de Pauta

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srªs Vereadoras e Srs. Vereadores, retomando a ordem natural dos trabalhos, interrompida, com satisfação nossa, para que pudéssemos receber o ilustre Parlamentar português, eu sou chamado a me manifestar sobre o PLE nº 045/04, que aprova projeto urbanístico para a área da Rua Voluntários da Pátria, para que seja abrangida pelo Programa Integrado Entrada da Cidade.

Lamento que o Ver. Beto Moesch não esteja presente no momento, ele se encontrava presente até poucos momentos, porque eu queria que ele especialmente atentasse para uma circunstância. Ver. Dib, há poucos dias, fez-se uma votação em que, por 17 votos contra 1, se autorizou o Executivo a realizar uma transação com a Rede Ferroviária Federal, que envolvia o recebimento de impostos devidos e atrasados. Por essa transação a Rede Ferroviária Federal S. A. transferia para o Município, Ver. Haroldo de Souza, a área localizada na Rua Voluntários da Pátria, onde se pretende promover assentamento de moradores que, até bem pouco tempo, moravam em precárias condições e que agora têm, pelo menos, a esperança de ter uma habitação adequada, condigna, já que a previsão do Projeto Integrado Entrada da Cidade é de que os mesmos venham a ser assentados em moradias, no próprio local onde, há algum tempo, houve aquele lamentável incêndio que destruiu os barracões em que se amontoavam dezenas de pessoas. A referência que faço a esse Projeto anterior, por nós aprovado - e aqui eu me dirijo, no momento, a um dos melhores Assessores desta Casa, que é o Professor Walter -, é porque, na ocasião, aquele Projeto tinha algumas imprecisões que determinaram que a Casa, por cautela, apresentasse uma Emenda, unanimemente aprovada, que determinava que a plena efetivação da autorização, que nós estávamos oferecendo, ficasse dependente de uma definição da Casa a respeito do regime urbanístico a vigorar naquela área.

Qual não é a minha surpresa em relação a esse Projeto que nós aprovamos com extrema boa vontade e que tinha grandes lacunas... Fomos compelidos a aprová-lo porque não queríamos que a Casa ficasse sob a acusação de ter protelado a realização de um Projeto há quatro anos anunciado, que já mereceu várias definições da Casa e que ainda não saiu do papel. Nós criamos todas as condições, suplantamos as dificuldades e aprovamos uma Emenda com a garantia de que o regime urbanístico seria submetido a esta Casa. Para nossa surpresa, colega, o Prefeito Municipal, ao invés de reconhecer a boa vontade da Casa, vetou parcialmente o Projeto, exatamente nesse parágrafo, nessa Emenda à que estou me referindo e, ao mesmo tempo, encaminhou para a Casa uma lei dizendo exatamente aquilo que nós queríamos que fosse dito.

Ora, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não consigo entender esse tipo de procedimento; primeiro, o que estava incluído na lei não tem nada de inconstitucional, nada de ilegal. Dizer que o regime urbanístico tem de ser disposto por esta Casa é tudo o que está escrito na Lei, e parece que o Governo agora está com a mania de não querer aceitar o que está escrito na Lei, passando por cima disso, passou em várias situações na Cidade, sem falar inclusive na famosa política salarial da bimestralidade, que, por Decreto, foi suspensa. Pois agora está aqui o Projeto do Prefeito.

Então, eu gostaria, Srª Presidente, que nós déssemos urgência a esse Projeto, tão logo ele entrasse na pauta da Ordem do Dia, para que ele fosse apreciado cumulativamente ao Veto, que tem de ser derrogado por esta Casa, porque é um capitis diminutio nosso manter um Veto de algo que foi mal proposto, mal formulado, sem a menor lógica e que contradiz até as próprias intenções do Executivo.

Srª Presidente, concluo. Excedi-me um pouco, porque é o último dia de Pauta deste Projeto e eu precisava fazer o meu registro, até com o meu protesto por esse procedimento incoerente, absolutamente injustificado de parte do Executivo Municipal, que teima em querer reduzir a capacidade legislativa desta Casa.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): Encerrado o período de discussão de Pauta.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Vereadores e Vereadoras, é a primeira vez que venho à tribuna depois da eleição do dia 3 de outubro. Quero dizer muito obrigado aos 6.522 porto-alegrenses, homens e mulheres, que me concederam o direito de permanecer como Vereador por mais quatro anos. Para quem buscou uma campanha limpa, sem sujar a Cidade, fiquei sem muita visibilidade e, apesar dos poucos recursos, atingi o objetivo que é o de ter o direito de continuar servindo à coletividade.

O nosso PMDB cresceu nessas eleições, aumentamos a Bancada de dois para quatro Vereadores, com a Liderança de votação do meu amigo jornalista, ex-comentarista radioesportivo, Ibsen Pinheiro, que volta à política por onde começou - esta Casa - e pela porta da frente. O eleitorado fez justiça a um homem que sempre foi brilhante como jornalista e principalmente como político. O nosso atual Líder, o Ver. Sebastião Melo, manteve a regularidade e garantiu a sua reeleição, e merecida, e o Bernardino Vendruscollo vem preencher a quarta cadeira obtida pelo nosso PMDB.

De minha parte, quero agradecer, do fundo do meu coração, a todos os que me ajudaram nessa caminhada, que foi das mais difíceis. A eleição para Vereador é a mais difícil da política, precisamos estar atentos a tudo e a todos, se não quisermos mentir. Passamos por momentos de duras dificuldades, mas, como sempre disse, quando se faz com amor, quando entregamos a nossa alma no esforço de servir, atingimos os nossos objetivos. Eu sempre digo lá na rádio Guaíba, no meu trabalho, e quando estou em contato com as pessoas que eu quero ser no amanhã o homem que sempre fui: amigo dos amigos e um desconhecedor de possíveis inimizades ou obstáculos que surgem na vida de todos, quando corremos em busca da felicidade e do bem-estar de um povo.

Conviver mais quatro anos nesta Casa, junto com vocês - todos, indistintamente -, é um motivo de orgulho. Eu vou manter o ritmo que me trouxe até aqui: gabinete aberto a todos, auxílio às pessoas na medida do possível, fiscalização das coisas da Cidade e desejo permanente de que, na responsabilidade de cada um de nós, todos os Partidos possam, de 2005 a 2008, buscar o bem-estar da coletividade porto-alegrense e, principalmente, sem mágoas e sem rancores.

Obrigado, gente que formou esse contingente de 6.522 gaúchos e gaúchas e minha “neguinha”, Nossa Srª Aparecida, por permitirem que, orgulhosamente, eu continue Vereador da Capital do Rio Grande do Sul.

Mas o que me preocupa com as eleições, em nosso País, é o modo como escolhemos os nossos representantes. Entendam-me, não é modo de escolha pelo voto, refiro-me às eleições a cada dois anos para as nossas Casas Legislativas. Eleições a cada dois anos é um atraso para Cidade, para o Estado e para o País, pois, num período de 90 dias, e, na maioria dos casos, mais 30 dias com o segundo turno, decididamente não funcionam nossas Casas Legislativas, que, ao contrário do que pensa parte da população, não estão apenas para dar nome de ruas ou fazer homenagens. Só os mal-intencionados ou jornalistas sensacionalistas - e eu conheço bem - aplicam essa tática de reportagem que não combina com o sagrado direito de informar à população aquilo que acontece em nossas casas públicas de atendimento, de fiscalização e legislação de nossas cidades, Estado e País e de opinar sobre isso.

Deveríamos unificar as eleições e escolher todos os segmentos da política a cada quatro anos, eleição para escolha dos Vereadores, dos Deputados Estaduais e Federais, dos Governadores, dos Senadores e do Presidente da República. Eu gostaria muito de saber por que apenas o Senador tem mandato de oito anos? Por que não apenas quatro, como Vereadores, Deputados, Governadores e Presidente da República? Ou, então, por que não todos com seis anos de mandato? Fala-se muito que em quatro anos não dá tempo para fazer nada! Todo Governador e todo Presidente da República que entram vêm com esta ladainha: “Quatro anos é pouco!” Então que seja seis. Por que todos, do Vereador ao Presidente da República, não passam pelas Assembléias e pelo Congresso Nacional com um mandato de seis anos? O quanto se faria de economia se as eleições no País fossem apenas de seis em seis anos? Ou o Poder Público não gasta com as eleições? Quanto vamos gastar para limpar as cidades da sujeira deixada pela propaganda política? Quanto? Na Reforma Política que se pede no País, é bom que se pense nisso, porque fazer eleições a cada dois anos - andando a passos de tartaruga - é um atraso para todos os Parlamentos. Ou não, hem? Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidenta, nós deveríamos ingressar agora na Ordem do Dia, mas é evidente a inexistência de quórum. Se não houver mais nenhuma Comunicação de Líder, eu entendo que... O Ver. Cassiá está pedindo Liderança? Então, está bom.

 

A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Reginaldo Pujol. O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, no momento em que esta Casa se reúne num período ainda eleitoral, eu quero aproveitar a oportunidade para felicitar a todos os Vereadores que se elegeram, que se reelegeram e outros que, porventura, não tiveram sucesso. Ver. João Bosco, eu considero a eleição de Vereador a mais difícil, dificílima; são quase quinhentos candidatos, todos com as suas peculiaridades, representando vários segmentos, representando várias comunidades. Portanto, nós estamos, neste momento, agradecendo. E quero, em meu nome, agradecer também a votação dos 7.883 votos, que foi muito difícil, porque é muito fácil, às vezes, entrar nesta Casa, Ver. Pedro Américo Leal, mas é difícil permanecer, tem de ter seguimento, tem de ter conteúdo, tem de ter serviços prestados à comunidade. Foi uma eleição dificílima, todos querem chegar ao objetivo, e, agora, há 36 cadeiras para quase quinhentos candidatos, mais de dez Partidos. Isso prova a dificuldade que é chegar nesta Casa.

Temos aqui, por exemplo, a minha colega Maria Luiza, que fez quase cinco mil votos e não conseguiu entrar. Que bela votação! Mas a dificuldade é grande. E ela é uma pessoa lutadora. É a segunda vez que ela faz essa votação, com muita dificuldade, mas lutando. Em 1996, não me elegi por 200, 300 votos; em 2000, elegi-me e, agora, reelegi-me. É muito difícil. Tens de permanecer, continuar trabalhando, e sei que o teu trabalho é maravilhoso nas comunidades.

E vejo o Ver. Pedro Américo Leal, numa tranqüilidade, não concorreu, não precisou se incomodar; teve a filha, que fez uma bela votação, a nossa amiga. Então, felicito todos os Vereadores pela votação. Vamos continuar o nosso trabalho.

Mas, realmente, temos de fazer uma avaliação sobre a Casa. Temos de divulgar aquilo que é bom nesta Casa. Só se divulga, muitas vezes, o que é ruim. Precisamos mudar algumas coisas. Somos críticos. Precisamos mudar algumas coisas. O Regimento, por exemplo. As Comissões Permanentes são tão importantes para a comunidade, mas são pouco divulgadas, Ver. Dib. Dá-se muito valor ao Plenário, e, na realidade, temos outros segmentos na Casa que são importantíssimos, que trabalham o ano inteiro para as comunidades. Precisamos divulgar mais o trabalho do Vereador para as comunidades, fazendo com que elas venham a esta Casa, que usem as Comissões Permanentes - da Saúde, da Educação, Direitos Humanos, do Consumidor, CUTHAB, que é a da habitação -, que estão aí para servir o cidadão porto-alegrense.

Precisamos, no ano de 2005, de uma Casa qualificada, precisamos modificar o Regimento para agilizar o processo de integração das comunidades, que, muitas vezes, nem sabem o que se passa nesta Casa, e nós precisamos divulgar. Precisamos interagir com as comunidades, com vários bairros, para que tenhamos um aproveitamento melhor. Provou a Casa, Ver. João Dib, que, na média, os Vereadores são bons; nós precisamos é ter um conhecimento maior de como realizar a aproximação com as comunidades. Mas eu não tenho dúvida de que cada Vereador, no mínimo, apresentou mais de mil propostas de melhorias dos bairros da Cidade, em média, Verª Maria Luiza, que são problemas cruciais do dia-a-dia, como a sinaleira, um quebra-mola, um buraco que, às vezes, fica bastante tempo aberto e assim por diante. Então, as comunidades têm de cobrar dos Vereadores, identificar-se com os Vereadores, para que sejam um elo de ligação com o Executivo, para que informemos os problemas dos bairros ao Executivo.

Portanto, meus parabéns a todos que se elegeram. Em meu nome, quero agradecer a minha reeleição com 7.883 votos. E o Partido Trabalhista Brasileiro recupera mais uma cadeira, nós tínhamos três Vereadores e, agora, temos quatro Vereadores: este Vereador; o Ver. Elói, reeleito também; o Ver. Elias, reeleito, e o Ver. Maurício, que chega a esta Casa, jovem, promissor, cheio de vontade para dar o seu trabalho ao Partido Trabalhista Brasileiro e à população de Porto Alegre. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigado, Ver. Cassiá Carpes.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Srª Presidente, a sociedade de Porto Alegre perdeu esta semana uma ilustre dama da sociedade: Dona Carmen Conti Palma, por isso eu pediria um minuto de silêncio.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu também quero aproveitar esse um minuto de silêncio para esta Câmara homenagear o nosso ex-funcionário Sérgio Cruz.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Solicito a abertura do painel eletrônico para aferirmos o quórum.

Declaro 13 Vereadores presentes: Raul Carrion, Dr. Goulart, Ervino Besson, João Bosco Vaz, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Cláudio Sebenelo, Luiz Braz, Margarete Moraes, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Maria Luiza e Guilherme Barbosa. Portanto, não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h21min.)

 

* * * * *